A Dreminas – Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia de Belo Horizonte e Região Metropolitana – organizou, no último sábado (14/12), no Hemocentro de Belo Horizonte, a 5ª edição do Prêmio João Batista “O amigo da pessoa com doença falciforme”.

João Batista foi um dos fundadores da Dreminas. Afetado pela doença, transformou essa circunstância em superação para ajudar outras pessoas. Nesse sentido, a premiação foi criada para homenagear àqueles que estão envolvidos com a causa ou que promovem o tratamento humanizado ao paciente falciforme.

Nas palavras de Maria Zenó Soares, ativista e presidente da Dreminas, o objetivo “é homenagear e agradecer as pessoas dos serviços públicos, à sociedade em geral e instituições que têm um olhar diferenciado e que respeitam as peculiaridades da Doença Falciforme (DF)”, confirmou.

O antropólogo, escritor e ativista baiano, Altair dos Santos Lira, foi convidado a fazer uma breve palestra com o tema “Doença Falciforme – as múltiplas faces do racismo que inviabilizam o acesso aos direitos humanos" - Foto: Adair Gomez

Presente na abertura da solenidade, a diretora Técnico-científica da Hemominas, Fabiana Chagas Camargos, representando a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, que não pôde comparecer, reafirmou a importância da parceria entre a instituição e a Dreminas. “Que a gente possa continuar construindo e caminhando para levar uma boa assistência a todos os pacientes”.

Antes da entrega do prêmio, os presentes no auditório do Hemocentro de BH ouviram as palavras do antropólogo, escritor, e ativista baiano Altair dos Santos Lira, convidado a fazer uma breve palestra com o tema: “Doença Falciforme – as múltiplas faces do racismo que inviabilizam o acesso aos direitos humanos”. Segundo o antropólogo, historicamente a DF é associada à população negra. “Apesar do conhecimento sobre a doença já existir desde 1910, a primeira política pública para a DF no Brasil só surgiu em 2005”, destacou.

Ao final da palestra, Altair convidou todos a conhecer e ajudá-lo declamar a poesia “And still I rise” (“Ainda assim me levanto”), da ativista americana Maya Angelou (1928-2014).

Homenageados

Nesta edição, um dos destaques do Prêmio “João Batista” foi o Ambulatório de Belo Horizonte e seus profissionais. Para Zenó, “é o SUS que funciona. É visível o acolhimento e o atendimento humanizado por parte de todos os profissionais”, explicou. Na entrega do prêmio, a médica hematologista Ana Karine Vieira e a farmacêutica Andrea Vilela representaram os servidores.

A presidente da Hemominas, dra. Júnia Cioffi também foi homenageada. Zenó Soares fez questão de enfatizar o apoio que Júnia sempre deu, como médica hematologista e como gestora, aos pacientes. O prêmio foi recebido pela chefe de Gabinete, Maria Isabel Maia.

O subsecretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, o médico André Menezes, foi um dos homenagedos e agradeceu a premiação reafirmando o compromisso da Secretaria com a assistência integral para a pessoa com doença falciforme - Foto: Adair Gomez

O subsecretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, o médico André Menezes, que agradeceu a homenagem e reafirmou o compromisso da Secretaria com a assistência integral para a pessoa com doença falciforme. “Nós gestores precisamos construir ações reais para a população, para que nosso trabalho tenha sentido e faça diferença na vida de todos”, enfatizou Menezes.

O diretor do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico - NUPAD, José Nélio Januário, outro homenageado, destacou as 4.348 crianças já triadas com DF em Minas Gerais por meio do Teste do Pezinho e se emocionou com os relatos dos pacientes presentes, como da Natália Lopes e sua filha Maria Clara, que foi a primeira criança nascida a partir do Projeto Aninha.

O prêmio “João Batista foi entregue também a outros profissionais do Ambulatório, médicos e pesquisadores em Doença Falciforme, associações, pacientes e pessoas de várias áreas que contribuem diretamente para uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

Festa de Natal

Também neste sábado, foi realizada a tradicional comemoração de Natal promovida pela Dreminas, Cheminas e pelo Ambulatório do Hemocentro de BH. O evento contou com a presença de familiares, que puderam desfrutar de momentos de alegria, brinquedos como pula-pula, almoço especial, e a chegada do Papai Noel, que distribuiu presentes arrecadados pelos servidores do Ambulatório, que também dedicam esse dia para colaborar com a festa.

Neste ano, também foram organizadas atividades para os pacientes durante a semana pré-festa: sessão de cinema, oficina de cartões de Natal, apresentação musical e montagem de uma árvore de natal colaborativa.

A festa de Natal dos pacientes contou com a presença de familiares, que puderam desfrutar de momentos de alegria, brinquedos como pula-pula, almoço especial, e a presença do Papai Noel, que distribuiu presentes arrecadados pelos servidores do Ambulatório, que também dedicam esse dia para colaborar com a festa - Foto: Adair Gomez

A presidente da Dreminas, Zenó Soares faz questão de que a festa aconteça no hemocentro, pois é o lugar onde passam o dia a dia “Proporcionar esse momento de lazer e descontração aos pacientes e seus familiares é importante. Isso eleva a autoestima deles, que reflete na melhoria do tratamento”, enfatizou. E completa: “para muitos, essa é a única comemoração que eles têm de Natal e o único presente que a maioria deles vai ganhar”. 

Doença Falciforme na Hemominas

Centro de referência no estado para o tratamento hematológico das hemoglobinopatias, das quais a doença falciforme é a mais frequente em Minas Gerais, a Fundação Hemominas acompanha mais de sete mil pacientes em suas unidades.

Gestor responsável: Assessoria de Comunicação Social

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